Apocalipse Robótico

Dr. Cláudio Cezar Freitas
23 de mar. de 2023
2 min de leitura

Atualizado: 25 de mar. de 2023

Existem duas visões conflitantes sobre quando a inteligência artificial dominará a humanidade. Alguns temem que, uma vez que possam se programar, os robôs perceberão que os humanos são inúteis e acabarão conosco. Outros acreditam que o dia em que os robôs perceberem - ou seja, o momento da singularidade - humanos e computadores serão um só, oniscientes e imortais. Penso que estão todos errados. Não é assim que as coisas acontecem. O futuro da inteligência artificial será muito mais banal, até triste.

Inclusive, prejudicando relacionamentos.

Afinal, não podemos esquecer que “as máquinas” são criadas e alimentadas por seres humanos.

Deposita-se uma fé muito grande de que a inteligência artificial é totalmente assertiva, “não comete erros”. Certamente, isto está muito distante de ser uma realidade, quem de nós não comete erros! Erros de processamento, diagnóstico, comando e programação são mais comuns do que se imagina. O que ocorre, muitas pessoas leigas, por desconhecer ou ignorar o assunto, simplesmente, aceitam qualquer resultado apresentado, sem questionar.

Percebo uma submissão imposta, até por autoridades, para que os sistemas sejam cada vez mais capilarizados. O risco de uma estagnação social improdutiva é muito grande. Ainda, destaca-se que se difunde uma ideia, de que tudo é feito para o bem de “todos”, o mais provável, para alguns grupos dominantes, como sempre foi...

As fantasias humanas sobre robôs decorrem do equívoco comum de que os robôs trabalham para a "verdade" ou algum tipo de objetividade humana - ou pelo menos mantêm lealdade a algum terceiro abstrato. A partir daí, não é difícil imaginar sua lealdade mudando para si mesmos, ou pelo menos para alguns humanos.

A realidade é completamente diferente. A IA é uma ferramenta, muitas vezes uma arma, destinada a certas pessoas e controlada por outras.

Uma arma seria uma metáfora razoável: ela pode ser usada para manter a paz ou para suprimi-la. A maior diferença é o alcance. Um algoritmo pode ser construí-do uma vez em um laboratório de ciência de dados e afetar bilhões de pessoas simultaneamente.