Ação policial no RS combate tráfico digital de fármacos abortivos
- Dr. Cláudio Cezar Freitas

- há 15 minutos
- 3 min de leitura

A Operação Aurora explodiu como uma bomba no cenário policial brasileiro nesta segunda-feira, quando a Polícia Civil do Rio Grande do Sul revelou um esquema criminoso que vinha operando nas sombras da internet, espalhando pânico, morte e lucros clandestinos por todo o país. Um grupo organizado, estruturado e articulado entre diversos estados brasileiros, mantinha uma rede nacional dedicada ao tráfico de medicamentos abortivos e à oferta de “consultorias” clandestinas que orientavam mulheres — muitas vezes desesperadas — a realizarem abortos sem qualquer amparo médico. A ofensiva ultrapassou fronteiras: além do RS, agentes entraram em ação na Paraíba, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal. O resultado imediato: dois casais presos em flagrante e a promessa de novos desdobramentos explosivos.
Segundo a apuração policial, o grupo transformou o comércio ilegal de Cytotec (Misoprostol) em um verdadeiro negócio milionário. O remédio, proibido para fins abortivos no Brasil, era vendido como se fosse mercadoria comum, enviado pelos correios ou transportadoras, acompanhado de um “manual clandestino” com orientações sobre como realizar o aborto. Os criminosos se apresentavam como especialistas, oferecendo instruções detalhadas sobre doses, horários, riscos e supostos cuidados — tudo à margem da lei, tudo permeado de risco, dor e silêncio.
Toda a investigação teve início em 2 de abril, quando um episódio chocante abalou Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Naquela data, uma mulher foi hospitalizada às pressas, tomada por dores violentas e sangramentos severos. O desfecho trágico: a morte de dois fetos. Ela, fragilizada, relatou aos médicos que havia adquirido Cytotec pela internet e recebido instruções por vídeo de uma suposta “profissional”. A promessa era de segurança. A realidade, no entanto, foi abandono e sofrimento.
Ao mergulhar na investigação, a Polícia Civil desvendou uma teia ainda mais sombria. A gestante chegou até o grupo após buscar informações sobre aborto no TikTok, onde encontrou perfis oferecendo suposta “interrupção segura”. Ali, recebeu listas de preços, tabelas de dosagem e contatos clandestinos. Como parte do processo, ela foi incluída em um grupo de WhatsApp denominado “Sinta-se Acolhida”, que mais parecia uma central de incentivo ao aborto do que um espaço de apoio. Mais de 250 mulheres participavam, trocando experiências, dúvidas e desabafos — tudo sob vigilância de administradores que proibiam rigorosamente que qualquer informação vazasse para fora daquele círculo.
No dia do procedimento, a situação ganhou contornos ainda mais cruéis. A mulher iniciou uma transmissão online com a suposta especialista, que deveria acompanhá-la durante o processo. Mas a criminosa não atendeu no horário combinado. Ignorou chamadas. Demorou para responder. E, em determinado momento, desapareceu completamente, deixando a gestante sozinha, em desespero, dor extrema e risco de morte. “Ela foi negligenciada no momento mais crítico”, afirmou a delegada Karoline Calegari, enfatizando que a mulher precisou recorrer ao hospital para sobreviver.
Para derrubar a organização, a Polícia Civil contou com o suporte da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência da SENASP, dentro do Projeto Impulse, uma iniciativa do Ministério da Justiça voltada ao enfrentamento de organizações criminosas. Segundo a delegada Calegari, o apoio federal mostra a força da integração das forças policiais na proteção da vida e da integridade das mulheres, que muitas vezes são atraídas por promessas enganosas oferecidas por grupos que lucram com desespero alheio.
A Operação Aurora deve ter novos capítulos. As autoridades afirmam que o material apreendido — celulares, computadores, registros de vendas, listas de clientes e conversas armazenadas — revela a profundidade e a ousadia de uma rede que atuava com alcance nacional, enganando mulheres vulneráveis e expondo vidas ao limite. O caso reacende, com força, o debate sobre crimes digitais, tráfico clandestino de medicamentos e exploração da vulnerabilidade humana nas plataformas sociais.
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