CYBERBULLYING: QUANDO AS PALAVRAS VIRAIS FEREM A ALMA

Dr. Cláudio Cezar Freitas
há 7 dias
2 min de leitura

Vivemos na era em que a tecnologia nos aproxima com um clique, mas também po-de nos afastar daquilo que nos torna humanos: a empatia. O cyberbullying, uma das faces mais cruéis da comunicação digital, transformou a internet — espaço criado para conectar — em um campo de batalha de julgamentos, ofensas e cancelamentos.

Por trás das telas, há corações que sentem, mentes que adoecem e histórias interrompidas pela dor invisível das palavras. O anonimato e a impunidade aparente encorajam atitudes que, no mundo real, muitos jamais teriam coragem de expressar.

A psicologia alerta: a exposição constante a ataques virtuais gera ansiedade, depressão e, em casos extremos, pensamentos suicidas.

O sofrimento emocional causado pelo cyberbullying é profundo, silencioso e, muitas vezes, ir-reversível.Do ponto de vista ético, há uma reflexão urgente: até onde vai a liberdade de expressão e onde começa a responsabilidade moral? Nenhum direito é absoluto quando ultrapassa o limite do respeito ao outro. O ambiente digital, as-sim como o físico, precisa de regras de convivência e de valores humanos.

A ética digital é um novo desafio educacional — ensinar não apenas o uso da tecnologia, mas o uso consciente, empático e responsável dela. Educar para o respeito no ambiente virtual é educar para a vida. Famílias, escolas e instituições têm papel decisivo nesse processo, promovendo o diálogo, a escuta e a sensibilidade para compreender o impacto das palavras. O “curtir”, o “compartilhar” e o “comentar” não são gestos neutros; são atos que podem ferir ou acolher. Resgatar o lado humano da comunicação é o antídoto para a violência digital. Antes de digitar, pense: o que estou prestes a dizer constrói ou destrói?

Que mundo quero ajudar a criar — o do ódio instantâneo ou o da empatia duradoura?O futuro da internet depende daquilo que cultivamos agora: respeito, consciência e humanidade.

Porque toda vez que salvamos alguém de um comentário cruel, estamos, na verdade, salvando um pedaço de nós mesmos.

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