Conflito Irã-Israel acende alerta da Agência de Energia Atômica para ameaça nuclear

Dr. Cláudio Cezar Freitas
16 de jun.
2 min de leitura

Conflito entre Irã e Israel acende alerta nuclear: IAEA pede contenção diante de riscos à segurança global

Em meio à crescente tensão entre Irã e Israel, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), Rafael Grossi, fez um alerta contundente nesta segunda-feira (16), durante reunião extraordinária em Viena. Segundo ele, os recentes bombardeios israelenses colocam em risco não apenas a estabilidade geopolítica, mas também a segurança nuclear mundial.

“A escalada militar ameaça vidas, aumenta a probabilidade de liberação radiológica com sérias consequências para pessoas e o meio ambiente, além de atrasar esforços diplomáticos cruciais para impedir que o Irã adquira uma arma nuclear”, declarou Grossi.

O apelo da IAEA é claro: todas as partes envolvidas devem exercer máxima contenção. Grossi ressaltou que a situação exige responsabilidade internacional e respeito aos princípios da segurança nuclear.

Instalações nucleares sob risco

Um dos focos de preocupação é a instalação de Natanz, no Irã, conhecida pelo seu programa de enriquecimento de urânio. Embora o urânio refinado no local ainda esteja abaixo dos 90% exigidos para armamento nuclear, o índice de 60% registrado já acende alertas internacionais.

Relatórios recentes indicam que, apenas em três meses, o Irã produziu 133,8 kg de urânio enriquecido a 60%. Em um levantamento anterior, a agência detectou partículas com pureza de 83,7% — um nível perigosamente próximo ao necessário para armas nucleares.

Contaminação interna e riscos controláveis

Apesar da normalidade nos níveis de radiação externa, a IAEA informou que houve contaminação radiológica e química dentro das instalações de Natanz. Segundo Grossi, é provável que compostos como hexafluoreto de urânio, fluoreto de uranila e fluoreto de hidrogênio estejam dispersos no interior do complexo.

“A radiação presente, composta principalmente por partículas alfa, representa perigo se inalada ou ingerida. Contudo, medidas de proteção respiratória adequadas podem mitigar os riscos dentro das áreas afetadas”, explicou.

Cenário preocupante e histórico delicado

Grossi também lembrou que esta é a segunda vez, em apenas três anos, que a agência presencia um conflito entre dois Estados-membros da IAEA envolvendo ataques diretos a instalações nucleares — um precedente perigoso para a estabilidade global.

O clima é de incerteza, e o apelo do diretor da agência visa justamente evitar que a escalada se transforme em tragédia. O mundo acompanha com atenção, torcendo para que a diplomacia volte a prevalecer diante de um cenário tão sensível e potencialmente catastrófico.

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